Formação de subjetividade nas relações institucionais: percepção e sentimentos das pessoas em sofrimento psíquico internadas em um setor de internação psiquiátrica breve

Resumo
Esta monografia se propõe a discutir a produção da subjetividade nas relações institucionais das pessoas que estavam internadas em um setor de internação breve de um hospital geral na cidade de Belém/ PA. As relações institucionais dentro do contexto da assistência psiquiátrica se configuram como relações que estão em permanente constituição e ordenação, entre aquilo que está previsto nas leis que constituem a nova forma de tratamento em saúde mental, e aquilo que de fato está sendo realizado na assistência psiquiátrica, no seu cotidiano. A pesquisa buscou compreender de que forma essas relações produzem modos de subjetivação nas pessoas internadas nesse setor. A motivação em realizar essa pesquisa foi através da experiência profissional da pesquisadora. No decorrer da pesquisa, foi descrito o percurso da medicina psiquiátrica e sua forma de assistência hospitalar, em seguida, a constituição de subjetividades nas relações institucionais. A coleta de dados foi realizada no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, Hospital Geral que atende especialidades como Cardiologia, Nefrologia e Saúde mental. Foram realizados 7 grupos, no total de 30 participantes, foram feitos relatos dos grupos e posteriormente a discussão com base no referencial teórico de autores como Goffman (2010) e os trabalhos de Foucault sobre relações de poder e modos de subjetivação. Considerando as categorias das análises como: Crise, Reconhecimento do transtorno, Normalidade e Tratamento, apresentadas pelo estudo, as especificidades de cada participante não podem ser generalizadas, então apresentamos as histórias dos participantes dentro da assistência e como a instituição loucura os atravessa. A partir dessa análise compreendemos que a assistência psiquiátrica produz pessoas submetidas à norma da razão e da verdade psiquiátrica, se reconhecem como portadoras de um transtorno com comportamentos diferentes da normalidade, que necessitam ser medicadas e internadas apesar de perceberem as inadequações da forma como são avaliadas e tratadas. Descobrimos que apenas uma minoria se permite discutir e questionar o tratamento recebido e demonstra resistência a essa relação de saber-poder, lutando para ser sujeito da sua própria história.
Descrição
Palavras-chave
Relações instituídas; Processos de subjetivação; Sofrimento psíquico.
Citação
DEL CASTILLO, Luciana Silva. Formação de subjetividade nas relações institucionais: percepção e sentimentos das pessoas em sofrimento psíquico internadas em um setor de internação psiquiátrica breve. Monografia (Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde Mental) – Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna; Universidade do Estado do Pará. Belém, 2016.
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