Saúde Mental
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- ItemOs meus, os seus… e os nossos? Análise sobre o papel de um Centro de Atenção Psicossocial no Apoio Matricial à atenção básica no município de Belém-PA(2014) SANTOS, Cinthia de Castro; MOTA, Josie Pereira daEstudo sobre Saúde Mental e Atenção Básica no qual analisou-se o papel de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) no município de Belém-PA em sua relação com a atenção básica, através do Apoio Matricial. Percorremos brevemente a história da Reforma Psiquiátrica até a atual Política de Saúde Mental, a Política Nacional de Atenção Básica em busca do que concerne à transversalização dos dois temas. A atenção básica foi incluída no campo das ações em saúde mental no ano de 2006, bem como o Apoio Matricial como a via de acesso da saúde mental nos serviços da atenção básica, através das Equipes de Apoio Matricial às Equipes de referência. O Apoio Matricial é uma metodologia de trabalho criada por Gestão Wagner de Souza Campos através do Método Paidéia que visava um novo sistema de referência entre profissionais e usuários que promovesse e estimulasse maiores coeficientes de vínculo entre estes. Assim, o Apoio Matricial ou Matriciamento é definido como um novo jeito de produzir saúde onde duas ou mais equipes criam propostas de intervenção pedagógico-terapêutica, estabelecendo uma cogestão no compartilhamento do cuidado. A partir da inclusão da atenção básica como ponto de gestão dos casos de saúde mental dentro da Rede de Atenção Psicossocial juntamente com o CAPS, através da Portaria n° 3.088/11 (RAPS), analisamos a articulação entre estes dois pontos desta rede. O CAPS escolhido para esta pesquisa era do tipo Ill (CAPS Grão Pará) e participaram desta pesquisa as coordenações estadual e municipal de Saúde Mental, a coordenação do CAPS Grão Pará e a equipe técnica deste. Investigar a situação atual do Apoio Matricial na saúde mental no estado do Pará e município de Belém, verificar quais as práticas e ações que estavam relacionadas ao Apoio Matricial que foram indicadas pelos sujeitos da pesquisa e identificar os desafios e as resoluções que estes profissionais apontaram para o diálogo com a atenção básica e portanto o Apoio Matricial em saúde mental norteou a consecução desta pesquisa. Os resultados desta evidenciaram algumas questões que justificam a falha na rede de amparo à saúde mental, dimensionaram a necessidade da ampliação da discussão sobre as relações entre os serviços da RAPS e indicaram razões pelas quais é importante se utilizar o Apoio Matricial como uma via de estabelecimento de comunicação e diminuição da distância entre eles para fins também de promoção à saúde mental.
- ItemTecnologias educacionais: o que interessa aos enfermeiros para mediar o agir educativo-cuidativo na saúde mental(2014) OLIVEIRA, Mariano Craveiro de; NASCIMENTO, Marcia Helena MachadoEste estudo teve como objetivo identificar as tecnologias educativas que interessam aos enfermeiros dos Setores de Internação Breve e Emergência Psiquiátrica da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna de Belém do Pará para subsidiar seu agir educativo-cuidativo na saúde mental. Pesquisa exploratória de abordagem qualitativa complementada com dados quantitativos. Os sujeitos foram 13 enfermeiros de 14 lotados na psiquiatria. A produção de dados foi realizada aplicando um questionário com questões abertas e fechadas. Utilizou-se a análise ideo-central e a estatística simples. Os resultados mostraram que os enfermeiros realizam atividades educativas, principalmente, com os pacientes, familiares e a equipe de técnicos de enfermagem, abordam 29 tipos de temas em saúde. Realizam essas atividades, com 23 tipos diferentes de nomenclaturas, em grupo e principalmente individualmente, em 11 diferentes espaços. E apoiam-se no diálogo e no conhecimento técnico para realização dessas atividades, avaliando as mesmas como positivas. Os enfermeiros entendem tecnologias educativas como tecnologias computacionais. E interessam-se pelas seguintes tecnologias educativas: folder, recursos audiovisuais, cartilhas e outros 08 tipos de tecnologias, para abordar temas relacionados às doenças psiquiátricas, rotinas e normas da clínica psiquiátrica entre outros 19 assuntos, voltados sobretudo para os familiares e pacientes bem como para mais 10 diferentes públicos. A maioria dos enfermeiros afirma que não utiliza tecnologias educativas no seu agir educativo-cuidativo do cotidiano da psiquiatria, porém entendem que são ferramentas fundamentais para as atividades educativas e por isso devem lutar por elas. Conclui-se que os enfermeiros usam recursos nas suas atividades educativas, porém não denominam de tecnologia, mas estas são tecnologias educativas e imprescindíveis para saúde mental pois são emancipatórias.
- ItemAs representações sociais dos familiares sobre as pessoas idosas com transtorno mental: estudo na Casa do Idoso, na cidade de Belém-PA(2014) CARVALHO, Izan Yver Nascimento de; MENDES, Ana Maria PiresPessoas com transtorno mental e pessoas idosas constituem nichos populacionais crescentes na sociedade. Os idosos somam cerca de 20,5 milhões de pessoas, segundo o IBGE (2010), já a OMS (2001) expressa que 45% da população brasileira pode apresentar alguma alteração psiquiátrica durante a vida. Este novo desenho populacional justifica a necessidade de estudos e pesquisas nesta área, a fim de contribuir para o aprimoramento da assistência da equipe multiprofissional ao familiar (subsidiando novas práticas no cuidar), na (res) significação das situações vivenciadas e no desenvolvimento de políticas públicas para o setor. Assim, a problemática fundante deste estudo está em compreender as representações que norteiam o imaginário dos familiares das pessoas idosas com transtornos mentais. É um estudo qualitativo, transversal e à luz da Teoria das Representações Sociais, com base no método compreensivo. Foi realizado na CASA do idoso, no município de Belém-PA, que funciona como referência em cuidados de saúde para a população idosa. Foram realizadas pesquisas bibliográficas e documentais com análise ao conteúdo produzido pelos diálogos com os profissionais daquele órgão durante o cotidiano da pesquisa no campo e sistematizado através do diário de campo, visto que várias tentativas foram realizadas, mas nenhum familiar se dispôs a participar deste estudo. Este trabalho, portanto, apresenta resultado negativo quanto a seus objetivos primeiros, mas positivos quanto a possibilidade de se conhecer um pouco mais do tema e as dinâmicas sociais que permeiam a vida das a pessoas idosas com transtorno mental no seio de sua família e no órgão onde recebem e tratamento especializado em saúde mental.
- ItemRepresentações sociais de transtornos mentais: por familiares de pessoas internadas na clínica psiquiátrica da FHCGV(2014) JESUS, Henrique Daniel Chaves de; MACIEL, Marly LobatoO estudo é delineado de forma qualitativa e utiliza como referencial a teoria das Representações Sociais. cujo objetivo buscou desvendar a visão dos componentes familiares acerca de transtornos mentais de pessoas internadas em uma clínica Psiquiátrica de um hospital geral em Belém-pa. Realizada a abordagem de 11 familiares de portadores de transtorno mental na fase de crise, foram selecionados 6 participantes de acordo com critérios de inclusão e exclusão. utilizou-se a entrevista semiestruturada, os dados foram submetidos á Análise de conteúdo qualitativa proposta Mayring. Os resultados evidenciaram representações de base organicista. psicológica e mágico-religiosas, além de sobrecargas oriundas das vivências cotidianas com os transtornos mentais, fenômeno que se desdobra em sobrecarga afetiva. financeira e ocupacional e o sofrimento enquanto um fenômeno que atinge o grupo- A compreensão da família acerca dos transtornos mentais é um aspecto que deve ser por profissionais de saúde mental a fim de estabelecer parcerias no cuidado e estimular a participação do grupo na reabilitação psicossocial.
- ItemReabilitação psicossocial e cidadania: o trabalho e a geração de renda no contexto da oficina de panificação do CAPS Grão-Pará(2014) SILVA, Andréa Ferreira Lima da; MENDES, Ana Maria PiresO crescente interesse pelo tema da reabilitação psicossocial nu última década é reflexo das recentes reformas no cuidado em saúde mental e do processo de mobilização social que impulsionou o resgate dos direitos sociais e o exercício da cidadania das pessoas com a experiência do sofrimento psíquico. A rede de atenção psicossocial brasileira produto dos processos históricos do pais visa garantir a reabilitação psicossocial de seus usuários através do trabalho, especificamente, através das iniciativas de geração de trabalho e renda, empreendimentos solidários c cooperativas sociais. Destaca-se que o trabalho como vetor de reabilitação psicossocial não poderá possuir os mesmos sentidos do trabalho explorado e alienado do Modo de Produção de Capitalista, mas deverá possuir um sentido social de objetivação. auto-realização e emancipação social de seus trabalhadores. Com o objetivo de compreender de que forma o trabalho promove a reabilitação psicossocial no contexto da rede de atenção psicossocial elegeu-se a oficina de panificação do Centro de Atenção Psicossocial CAPS III Grão-Pará do município de Belém-PA para a pesquisa. Buscou-se perceber através de entrevistas semi estruturadas como o trabalho da oficina de panificação promove a reabilitação psicossocial para os 10 (dez) participantes que participaram da pesquisa. Constatou-se que para a maioria dos participantes a oficina de panificação era uma atividade de habilidades culinárias onde o trabalho possuía função terapêutica e onde a expectativa da geração de renda estava diretamente ligada ao sucesso/ou fracasso da execução de um projeto de inclusão social pelo trabalho aprovado pelo Ministério da Saúde no ano de 2012. Considerando que o trabalho vetor de reabilitação psicossocial é aquele que é meio de sustento auto-realização, é aquele que produz sentido, que provoca a construção de novas redes e novas relações entre sujeitos sociais, constatou-se que o trabalho da oficina de panificação do CAPS Grão-Pará ainda não produz valor social para totalidade de seus participantes, mas produz expectativas para o futuro. Por acreditar que é possível desde já promover a reabilitação psicossocial propõe-se que a oficina adote os princípios de participação e autogestão do cooperativismo social e da economia solidária em seu processo de trabalho. bem como, que a comunidade seja envolvida no projeto de geração de trabalho e renda do CAPS.
- ItemA expressividade durante a crise psicótica na emergência psiquiátrica da FHCGV: um estudo de caso através do olhar da Terapia Ocupacional(2014) SOARES, Luana Louise Padilha; MACIEL, Marly LobatoAs atividades expressivas proporcionam aos individuas com transtorno mental, inúmeras oportunidades, como a liberdade de expressão, sustentação da sua autonomia criativa, ampliação do seu conhecimento sobre o mundo adequando seu desenvolvimento emocional e social. Baseando-se nos argumentos supracitados, objetivou-se, com esta pesquisa. avaliar as contribuições das atividades expressivas para o individuo em sofrimento psíquica internado no setor de emergência psiquiátrica da FHCGV, identificar o conteúdo expressivo mais abordado pelo usuário e avaliar o Estado Mental e o Desempenho Ocupacional do usuário antes e depois da realização das atividades. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica acerca do tema, apontando as principais contribuições na literatura sobre o referido assunto e uma pesquisa de campo que consistiu em um estudo de caso, onde foram realizados doze atendimentos de Terapia Ocupacional utilizando as atividades expressivas enquanto recurso terapêutico e a realização do exame do estado mental e um protocolo de avaliação do desempenho ocupacional no sujeito da pesquisa. Verificou-se que a utilização das atividades expressivas no período de crise psicótica é pouco utilizado no Brasil por não conter esse serviço nas emergências psiquiátricas. Serviço este, essencial no período de sofrimento psíquico intenso não somente por facilitar a expressão de vivencias no verbalizadas, como também estimular a organização psíquica, a organização das AVD, as habilidades cognitivas e permitir a experimentação e o treino das habilidades psicossociais como: interesses e valores, papel dentro da sociedade e relações interpessoais. Neste sentindo a Terapia Ocupacional insere sua atuação junto a complexidade da vida do indivíduo onde a doença também a constitui, utilizando como recurso terapêutico as atividades.
- ItemConstruindo saberes sobre transtorno mental com a família do paciente do setor de internação breve da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna(2014) DIAS, Rachel de Siqueira; LINS, Cristina Bastos AlvesCom as políticas públicas de desinstitucionalização, surgem novas formas de cuidado, a família está inserida nessa proposta. Ela foi por muito tempo destituída do lugar de cuidadora, e hoje lhe é atribuído não só o dever do cuidado, sendo fundamental na ressocialização, adesão ao tratamento e redução de recidivas. Pretendemos aqui identificar os saberes da família acerca do transtorno mental, sua origem, sintomas, formas de tratar. Foram realizados 08 grupos, com 40 famílias, lançado mão de perguntas norteadoras. Essas falas, transformadas em relatos, serão apresentados como saberes, analisados a partir do referencial teórico. A relevância desta pesquisa está na identificação, acolhimento, e valorização dos saberes e usá-los como instrumentos para mudar condutas, aprimorando dispositivos de atenção. O resultado sobre o entendimento do transtorno mental se apresenta como manifestação espiritual, estranhamento, comportamento errado, descontrole, doença incurável, que necessita de medicação. Sua manifestação se dá a partir de mudanças de comportamento, de eventos estressores, hereditariedade, necessitando de internação. A dificuldade de lidar com os sintomas, se dá por conta da dificuldade de adesão ao tratamento, não aceitação da cronicidade, e sintomas como agressividade que gera medo. As formas de lidar se relacionam à aceitação do transtorno, à necessidade de internar, medicar, cuidar na família, mas com estrutura, o tratamento espiritual. O tratamento dentro da rede de Serviços aparece como prioritário e voltado somente para situações de crises. Havendo uma dicotomia, bom serviço, relacionado a internação, prestado numa estrutura física ruim. Tratamento inadequado de alguns funcionários com o paciente e com os próprios familiares. Sobre o que fazem em situação de crise aparece à internação, em raras falas aparecem formas substitutivas, não estando assimiladas pelas famílias escutadas. Na qualidade da assistência se referem à estrutura física e o tratamento dispensado como ponto negativo. Concluindo, espera-se que os saberes desses familiares sejam valorizados e que seja dada continuidade ao grupo de família.
- ItemSaúde mental dos trabalhadores de saúde mental na perspectiva da qualidade de vida das categorias que atuam na área(2014) SOBRAL, Raphaely Freire de Amorim; DUARTE, Maria Selma Frota CarvalhoIntrodução: a preocupação com a qualidade de vida dos trabalhadores da saúde tem sido um foco constante de atenção. Em particular, o setor de atenção a Saúde Mental, tendo em vista a sobrecarga emocional a qual todos estão expostos, nesse sentido avaliar a qualidade de vida dos profissionais se torna relevante na medida em que o grau de satisfação com o seu trabalho e possíveis problemas a serem enfrentados afetam diretamente a assistência prestada. Objetivos: Levantar os possíveis problemas que possam afetar a saúde mental dos profissionais que estejam atuando na área saúde mental; Destacar quais categorias profissionais apresentam maior comprometimento em sua saúde mental; Identificar possíveis repercussões positivas ou negativas na qualidade de vida desses. Resultados: foram encontrados para os 8 domínios presentes no protocolo SF-36 valores menores que 50, que representam uma qualidade de vida inadequada para os profissionais de saúde mental. Considerações Finais: Os trabalhadores da área de saúde mental não apresentam uma boa qualidade de vida segundo o questionário SF-36 e com isso novas alternativas devem ser criadas para que se possa reparar gradativamente este estado.
- ItemVivências sobre os riscos de adoecimento psíquico relacionados à prática laboral de enfermagem em saúde mental(2015) MARTINHO, Jessica Silva; DUARTE, Maria Selma Carvalho FrotaOs profissionais de Enfermagem em Saúde Mental se encontram particularmente vulneráveis ao adoecimento psíquico, em vista das próprias características do trabalho que desempenham. Conduziu-se este estudo com o objetivo de conhecer as vivências sobre riscos de adoecimento psíquico relacionados à prática laboral da equipe de Enfermagem da área de Saúde Mental de um hospital público de referência em Psiquiatria no estado do Pará. Esta pesquisa caracteriza-se como descritiva, com abordagem qualitativa. Utilizou-se como instrumento de coleta de dados, um questionário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas, transformado a partir do conteúdo do Inventário de Trabalho e Risco de Adoecimento (ITRA), validado por Ferreira e Mendes (2003). Optou-se pela saturação de dados, logo, quando se atingiu o número de dez profissionais da equipe de Enfermagem, sendo eles quatro Enfermeiros e seis Técnicos de Enfermagem, a coleta de dados foi encerrada. Para análise dos dados foi utilizada a técnica de análise de conteúdo temático de Bardin (1979), na releitura de Minayo (2010). O conteúdo das respostas aos questionários foi analisado e, a partir de então, foram categorizadas as unidades de análise, conforme os objetivos específicos propostos e as dimensões do instrumento de coleta de dados utilizado, a saber: Contexto de Trabalho; Custo Humano do Trabalho; Sentido do Trabalho; e Danos Relacionados ao Trabalho. Os resultados apontam para os riscos de adoecimento psíquico relacionados à prática laboral de Enfermagem em Saúde Mental vivenciados pelos sujeitos do estudo, decorrentes da precarização das condições de trabalho, número insuficiente de profissionais em relação à demanda de pacientes, sobrecarga de trabalho, insegurança, desvalorização, esgotamento profissional e falta de reconhecimento. Conclui-se que pesquisas desta natureza podem contribuir para um olhar mais atento à situação de saúde/doença mental dos trabalhadores de Enfermagem em Saúde Mental.
- ItemInternação compulsória e saúde mental: a percepção dos profissionais de saúde sobre esta relação(2015) SANTOS, Brena Maués de Souza; LINS, Cristina Bastos Alves LinsA monografia Internação Compulsória e Saúde Mental: A Percepção dos Profissionais de Saúde sobre esta Relação é o resultado das inquietações suscitadas com a Residência Multiprofissional em Saúde Mental. Objetivou-se investigar como os profissionais da emergência psiquiátrica de um Hospital Geral pensam e sentem em relação à internação compulsória do dependente químico neste serviço. Dessa maneira foi realizada pesquisa qualitativa e análise documental, utilizando-se a metodologia de Estudo de Caso. Para Yin (2005), consiste em uma investigação empírica, que visa conhecer o "como" e os "porquês" evidenciando-se assim o caráter único das coisas. Participaram do estudo 20 profissionais, entre eles: Psicólogos, Assistentes Sociais, Terapeutas Ocupacionais, Enfermeiros, Técnicos de Enfermagem e Médicos Psiquiatras. Para coleta de dados, foram realizadas entrevistas individuais utilizando duas questões norteadoras - o que você pensa a respeito do usuário de drogas? E o que você pensa e sente em relação à internação compulsória do dependente químico nesta emergência psiquiátrica? As entrevistas foram transformadas em narrativas e em seguida analisadas construindo-se o Estudo de Caso. Na análise dos dados foi possível observar que estes profissionais compreendem o dependente químico sob dois olhares: os que escolherem utilizar as drogas e que são vistos como culpados. E os que por falta de oportunidades e necessidade de preencher um vazio existencial utilizam a droga como válvula de escape, estes são absolvidos da acusação e merecedores de cuidado e oportunidades. No que corresponde a internação compulsória concordam com este tipo de internação quando há risco de vida, mas sentem-se impotentes e indignados diante da perda de controle da equipe sobre as decisões a serem tomadas. Sentem medo de serem agredidos e do histórico de transgressões desses sujeitos. Diante disso precisamos nos apropriar do longo processo pelo qual foi necessário para a construção da Reforma Psiquiátrica, da Lei 10.216, dos respectivos serviços de atenção psicossocial, de todos os dispositivos que oferecem suporte ao portador de sofrimento mental, caso contrário, continuaremos naturalizando pensamentos e condutas que ferem a garantia de direitos desses cidadãos.
- ItemIndicadores em saúde mental: avaliação da assistência de enfermagem prestada aos portadores de sofrimento psíquico em uma clínica psiquiátrica de um hospital público no Estado do Pará(2015) CASTRO, Luna Carolina Cardoso; PEREIRA, Maria AuxiliadoraO presente estudo trata sobre os indicadores em Saúde Mental utilizados junto ao processo avaliativo como possíveis geradores de modificações na assistência de enfermagem para o portador de sofrimento psíquico. A avaliação do serviço propiciou a criação de indicadores em saúde mental, voltados para a aplicabilidade na Rede de Atenção à Saúde Mental, os quais se constituíram como entraves, pois em Saúde mental o foco é a intersubjetividade que o sofrimento psíquico possui. O objeto deste estudo é o conhecimento e a utilização de indicadores em Saúde Mental que subsidiam a avaliação da assistência de enfermagem prestada ao portador de sofrimento psíquico. METODOLOGIA: Estudo exploratório descritivo, qualitativo, realizado numa Clínica Psiquiátrica de um Hospital Geral com Leitos Psiquiátricos do Estado do Pará. Participaram sete enfermeiros que atuam nesta clínica. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevista e os dados foram analisados por meio da análise do discurso, segundo Minayo. RESULTADOS, ANÁLISES E DISCUSSÕES: Foram construídas cinco categorias: (des)conhecimento incipiente sobre os indicadores em Saúde Mental; utilização e aplicabilidade dos indicadores em Saúde Mental; realização da avaliação da assistência de enfermagem; avaliação como ferramenta para subsidiar a assistência de enfermagem; e relação entre indicadores em Saúde Mental e a avaliação da assistência de enfermagem; em que se observou que os enfermeiros entrevistados referem os indicadores em saúde mental quantitativos da realidade, demonstrando um desconhecimento ou conhecimento incipiente sobre os indicadores em saúde mental, realizando uma avaliação da assistência de enfermagem efêmera, individualizada e com pouca periodicidade, impossibilitando a aproximação entre os aspectos quantitativos e qualitativos da assistência de enfermagem prestada. CONCLUSÃO: O presente estudo evidenciou que os indicadores em saúde mental e a avaliação da assistência de enfermagem ainda constituem processos gerenciais e de planejamento incipientes para os profissionais da clínica psiquiátrica estudada.
- ItemO trabalho de enfermagem nos CAPS: uma reflexão sobre a assistência prestada pelo enfermeiro nesse novo modelo em saúde mental(2015) SANTOS, Karolyne Souza dos; PEREIRA, Maria AuxiliadoraEsta pesquisa buscou compreender o trabalho do enfermeiro em centro de atenção psicossocial (CAPS) de tipificação I e III da esfera estadual do município de Belém. Por muito tempo a assistência oferecida aos pacientes psiquiátricos foi norteada por um paradigma hospitalocêntrico, excludente, destituídos de seus direitos humanos. Entretanto, esse paradigma do cuidado a estes pacientes está em processo de transformação no que tange a assistência. E como o enfermeiro está inserido neste novo contexto da assistência multiprofissional, suscitou as seguintes questões norteadoras: como o enfermeiro de saúde mental desenvolve a sua prática em CAPS? e o trabalho que o enfermeiro desenvolve na assistência aos usuários do CAPS está condizente com o que é preconizado pela política de saúde mental? O objetivo geral é de conhecer o fazer do enfermeiro em CAPS com vinculação a SESPA e se essa assistência aos usuários desses serviços rege o preconizado pela política de saúde mental. Sendo assim, foi desenvolvido um estudo de natureza descritivo-exploratório com abordagem qualitativa. Foram realizadas as coletas de dados com 08 enfermeiras que trabalham nos CAPS Grão Pará, Renascer, Amazônia e Icoaraci. Os dados foram obtidos através de um roteiro de entrevista semi-estruturado com perguntas que abrangiam dados do perfil profissional dos enfermeiros e questões direcionadas a temática do estudo e analisada pelo referencial teórico de Bardin, surgindo as seguintes categorias temáticas: percepção do enfermeiro quanto a sua assistência nos CAPS; Descrição da assistência do enfermeiro nos CAPS; A assistência do enfermeiro nos CAPS diante da nova política de saúde mental: entraves e desafios na prática. Diante dos resultados concluímos que há muitas questões a serem resolvidas em relação ao papel do enfermeiro na assistência aos usuários de transtorno mental nos CAPS pelo fato desse profissional ainda não ter definições concretas de como desenvolver sua assistência fazendo com que cada enfermeiro, de forma particular, busque fazer o que seja correto em relação à política de saúde mental.
- ItemEnvelhecimento e vulnerabilidade: um olhar da terapia ocupacional com idosos portadores de transtorno mental(2015) MONTEIRO, Elisangela Carvaló; PINTO, Sônia Cláudia AlmeidaO processo de envelhecimento pode resultar na presença de múltiplas doenças, prejuízos e incapacidades com consequente deterioração da saúde de pessoas idosas. Vários fatores associados ao aumento da idade podem predispor ao desenvolvimento de transtornos mentais e uma maior atenção aos fatores predisponentes e contextos de vulnerabilidade a que a pessoa idosa está exposta são necessários. Este estudo objetivou apresentar o perfil sociodemográfico e epidemiológico de pacientes idosos portadores de transtorno mental internados na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) no período de janeiro de 2012 a janeiro de 2014, caracterizando os componentes de vulnerabilidade desses pacientes. Para tanto, realizou-se um estudo observacional, descritivo, transversal, retrospectivo em uma amostra de 62 pacientes idosos, sendo (53,2%)do sexo masculino e (46,8%) do sexo feminino todos com diagnóstico de transtorno mental. Os resultados dimensionaram a situação de vulnerabilidade individual, social e programática entre ambos os gêneros, com médias gerais de (65,2%) para vulnerabilidade individual; (46,3%)para vulnerabilidade social e (45,8%) para vulnerabilidade programática, sendo consideradas altas para esta população. Os achados também demonstraram diferença estatística significativa com relação ao uso de álcool em (69%) dos pacientes do sexo masculino. Conclui-se nesse estudo que os resultados demonstram uma elevada situação de vulnerabilidade na vida dos pacientes pesquisados, em especial no que se refere a vulnerabilidade individual, e ressalta-se a necessidade de se trabalhar o fortalecimento do processo de resiliência do paciente e seu familiar. Esta pesquisa aponta ainda para a necessidade de se ampliar os estudos do terapeuta ocupacional junta a esta população, para que se tenha uma melhor compreensão dos fatores que contribuem para a melhora na qualidade de vida do idoso portador de transtorno mental e situação de vulnerabilidade.
- ItemAnálise da atuação do Terapeuta Ocupacional na saúde mental com enfoque na ocupação humana: um olhar para a atualidade(2015) SOUSA, Brenda Mayara da Rocha de; MACIEL, Marly LobatoConsiderando que o terapeuta ocupacional intervém em problemáticas físicas, sensoriais, mentais, psicológicas e/ou sociais, utilizando o tratamento por intermédio das ocupações propõe, então, o reengajamento em hábitos cotidianos de autocuidado e de comportamentos sociais. Portanto, pode-se dizer que a terapêutica das ocupações é um fator determinante na Terapia Ocupacional. Assim, o presente estudo objetivou compreender o enfoque dado à ocupação na prática dos terapeutas ocupacionais na saúde mental, constituindo-se de pesquisa de natureza qualitativa, com aplicação de entrevistas estruturadas a nove terapeutas ocupacionais que trabalham na área. Foi realizada nos locais de trabalho dos profissionais (FHCGV, CAPS II, CAPS III, CAPS AD, CAPS i), no munícipio de Belém. Os relatos mostraram que os profissionais apresentam percepção positiva sobre a ocupação e a relação desta com a Terapia Ocupacional; no entanto, percebeu-se abordagens diversificadas na teoria e na prática destes profissionais no que tange ao enfoque dado a ocupação em suas intervenções; observou-se também algumas dificuldades no serviço público devido principalmente a contenção de gastos e a demanda excessiva de pacientes. Observou-se ainda, discursos referentes a carência na formação acadêmica no que diz respeito ao estudo da ocupação. Os profissionais relataram, também, que o favorece sua intervenção é o reconhecimento por parte dos pacientes de se engajarem em ocupações significativas, assim como a literatura que aborda a temática, algumas políticas públicas e o conhecimento construído por parte do profissional. Acredita-se que a realização desta pesquisa apresentou grande relevância, pois permitiu uma articulação entre as práticas dentro da Saúde mental e as principais teorias sobre a ocupação, buscando compreender a atuação desses profissionais, assim como mostrar novos horizontes no intuito de aprimorar as abordagens e intervenções terapêuticas ocupacionais.
- ItemOs entraves da reinserção social do portador de transtono mental internado na clínica psiquiátrica da Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna(2015) SILVA, Isabelly Regina Paiva da; LIMA, Cristiane do Socorro Loureiro deEste trabalho teve como objetivo identificar os principais entraves encontrados na reinserção social do portador de transtorno mental sem vínculos familiares elou com vínculos fragilizados, internado na clínica psiquiátrica da Fundação Pública Estadual Hospital Clinicas Gaspar Vianna. O interesse por este tema surgiu durante o período e prática nesta clínica como residente multiprofissional, onde se pode observar o úmero elevado de pacientes que permaneciam internados, mesmo após alta hospitalar, devido não possuírem vínculos familiares e nem local de moradia. A partir esta experiência, foi realizada uma breve contextualização acerca da loucura, a função social do hospital psiquiátrico e a reinserção social do portador de transtorno mental. Para tanto. escolheu-se a pesquisa quanti-qualitativa, exploratória e descritiva. Os sujeitos da pesquisa foram profissionais de serviço social que atuam a Clínica psiquiátrica da FHCGV, especificamente 6 assistentes sociais e a pesquisa documental incluiu 174 prontuários referentes ao ano de 2012 e 264 prontuários referentes ao ano de 2013. Foi possível identificar os seguintes entraves: ausência da família; questões culturais; preconceito; ausência de suporte sobrecarga da família em relação ao cuidado; baixa qualificação dos profissionais de saúde mental; desconhecimento da família e da sociedade em lação à doença mental; desorganização da Rede de atenção psicossocial entre outros.
- ItemHistória de vida e transtorno mental: sentidos e implicações da doença na vida de uma mulher idosa atendida no CAPS Renascer em Belém do Pará(2015) LEAL, Leidiane Maciel; PONTES, Andréa MelloConsiderando ser a longevidade uma das grandes conquistas do século XX, observa-se a presença de muitos idosos com transtorno mental. Apesar das conquistas sociais, muitos sofrem cotidianamente preconceitos e exclusão social, principalmente por serem vistos como ameaça à sociedade. A loucura, tal como a velhice, é temida principalmente nas sociedades consideradas politicamente desenvolvidas. Diante de tal problemática e, considerando ainda que a maioria dos pacientes atendidos é do sexo feminino, emergiu o interesse de realizar estudos que possam contribuir para dar visibilidade a esses indivíduos socialmente excluídos da história oficial e para a desconstrução das representações sociais negativas até aqui construídas em torno dos indivíduos com transtorno mental, auxiliando na ruptura da identidade estigmatizadora que Ihes foi atribuída. Desse modo, o presente estudo apresenta como objetivos, por meio da história oral de vida, compreender o sentido que mulheres idosas com transtorno mental atribuem ao processo de adoecimento e suas implicações, além de identificar os aspectos socioculturais que possam ter contribuído para o surgimento e/ou agravamento do transtorno mental e destacar a importância da história oral de vida do paciente para a prática do Assistente Social que atua na saúde mental. Para alcançar os resultados realizou-se entrevista com uma idosa usuária do CAPS Renascer, a partir da qual foi possível coletar sua história de vida. De acordo com os dados obtidos verificou-se que as principais implicações foram na mudança da rotina da entrevistada, bem como na sua relação com os familiares, na medida em que se intensificou a rede de apoio dos parentes após o adoecimento.
- ItemUm hospital geral e suas concepções da loucura(2015) CARVALHO, Jhéssica Dias de; LINS, Cristina Bastos AlvesA monografia intitulada "Um Hospital Geral e suas concepções da loucura" objetivou conhecer as concepções acerca da loucura produzidas por diferentes profissionais que compõem a Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, especificamente por profissionais que não dispõem de experiências nas áreas da Psiquiatria e/ou Saúde Mental. Dessa maneira, a pesquisa tem caráter qualitativo e descritivo, a partir principalmente da Análise do Discurso proposta por Michel Foucault e dos seus estudos acerca da História da loucura. A coleta de dados se deu em três encontros denominados de grupos de conversação, com duração de 90 minutos cada um. Estes encontros aconteceram dentro da instituição hospitalar, com a participação dos profissionais da Clínica Médica, da Clínica Cirúrgica e do Serviço de Apoio Diagnóstico. A facilitadora dos grupos se utilizou de algumas perguntas norteadoras para provocar a conversação, que tinha como tema central loucura. A partir da conversação, aconteceu a contação de histórias e, consequentemente, saberes foram construídos possibilitando conhecer as concepções da loucura e do louco, a partir das histórias que contaram os três grupos de conversação. Na análise destes, foi possível identificar os discursos relacionados às seguintes temáticas: a) a loucura como distúrbio, transtorno e descontrole: b) o louco como alguém que gera medo e insegurança: c) o tratamento: e, d) a Reforma Psiquiátrica. Foi possível identificar que apesar das conquistas alcançadas a partir da Reforma Psiquiátrica, muitos dos modelos vigentes em séculos passados perduram nas concepções da loucura que os profissionais apresentam ainda hoje. Com isso, nota-se que as estruturas dos manicômios permanecem instaladas, seja em sua concretude, seja na mentalidade das pessoas, as quais continuam a acreditar que o louco precisa ser controlado, normalizado, equilibrado para atender as demandas sociais.
- ItemSaúde mental e percursos na cidade: a arte enquanto recurso de desinstitucionalização e produção de saúde(2016) LEITE, Adriane do Socorro Costa; MACIEL, Marly LobatoA presente pesquisa nasceu do acompanhamento de vivências artísticas em contexto territorial. Busca compreender de que forma a arte atua enquanto recurso de desinstitucionalização, dialogando com as práticas de produção de saúde. Irá discutir o papel da Reforma Psiquiátrica nas novas possibilidades de cuidado em Saúde Mental, a relação desinstitucionalização- território- experiência artística e o fazer clínica em Terapia Ocupacional, dialogando com três personagens: Nise da Silveira, Arthur Bispo do Rosário e Antonin Artaud. A epistemologia empregada para sua construção foi a qualitativa, tendo como base a concepção fenomenológica de pesquisa, que busca desvelar os sentidos contidos nos discursos dos atores envolvidos. A coleta de dados foi realizada no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) III- Grão Pará e no Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) Amazônia, ambos em Belém. A pesquisa foi realizada com 6 usuários, sendo 3 do Centro de Atenção Psicossocial Grão Pará e 3 do Centro de Atenção Psicossocial Amazônia, que participam de grupos voltados à atividades artísticas realizadas em espaços públicos. A coleta de dados foi realizada através de uma entrevista semi-estruturada, contendo 10 perguntas. A análise dos dados foi feita de forma qualitativa por meio de Análise do Discurso, procurando compreender a subjetividade de cada sujeito dentro do processo proposto. Dessa maneira, foram construídas três categorias de análise, relacionando os discursos dos sujeitos da pesquisa à fundamentação teórica. A primeira categoria refere-se à percepção dos sujeitos a respeito das vivências artísticas no território e como, através disso, conseguiram vislumbrar novas formas de ser e estar no mundo. A segunda categoria busca pensar a produção de saúde pelo recurso das vivências artísticas. A terceira categoria discute os processos de formação de vínculos sociais, tendo a comunidade e o território enquanto lócus de produção. A partir dos resultados, entende-se que a arte é um potente recurso de desinstitucionalização, produção de saúde e autonomia.
- ItemA dificuldade de adesão ao tratamento psiquiátrico: uma análise sob o olhar da Terapia Ocupacional(2016) NASCIMENTO, Mayara Santiago Silva; MACIEL, Marly LobatoO objeto de estudo dessa pesquisa são os fatores que dificultam a adesão ao tratamento psiquiátrico. Essa dificuldade de adesão foi percebida na Clínica Psiquiátrica da FPEHCGV, durante a prática da residência multiprofissional em saúde mental. Observou-se que os indivíduos em sofrimento psíquico vivenciam diversas vezes a experiência da internação e reinternação psiquiátrica. Sendo essa, uma queixa frequente entre profissionais, familiares e pacientes. Baseado nesta premissa, a presente pesquisa objetivou analisar os fatores que dificultam a adesão ao tratamento psiquiátrico, assim como favorecer a discussão sobre o tratamento psiquiátrico oferecido a esses indivíduos em sofrimento psíquico. Utilizou-se para isso, de uma entrevista semiestruturada para coletar os dados da pesquisa. Participaram deste estudo, pacientes internados no Setor de Internação Breve da Clínica Psiquiátrica da FPEHCGV. Os dados empíricos das observações feitas pela pesquisadora e dos questionamentos da entrevista foram analisados através de subsídios teóricos da pesquisa qualitativa, descritiva e de campo, utilizando como método de análise de dados a fenomenologia, com reflexões a partir de unidades de significação, após leitura e releitura dos dados empíricos. Os resultados mostram que fatores como os estigmas relacionados ao adoecimento mental, falta de suporte social e participação da família no tratamento, assim como as dificuldades ocupacionais interferem na adesão ao tratamento psiquiátrico. Mas, que sobretudo, antigas práticas de saúde ainda manicomiais prejudicam o progresso do tratamento. Sendo necessário a mudança desse modelo de tratamento psiquiátrico, hospitalocêntrico, que visa a institucionalização do doente mental e que em nada contribui para a sua reinserção social. Destaca-se nesse sentido, o papel do terapeuta ocupacional como um profissional que contribui para o resgate da cidadania, autonomia e participação social desses indivíduos em intenso sofrimento psíquico.
- ItemPerfil sociodemográfico dos cuidadores de pessoas em sofrimento psíquico atendidos pelo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS RENASCER)(2016) SILVA, Tatianne Vital de França e; CAVALCANTE, Lília Iêda ChavesEste trabalho teve por objetivo caracterizar sociodemograficamente os cuidadores das Pessoas em Sofrimento Psíquico (PSP) atendidas no Centro de Atenção Psicossocial – CAPS Renascer e relacionar seu NSE com o grau de sobrecarga percebida pelas mesmas. Trata-se de um estudo quantitativo, com abordagem descritiva e exploratória. A coleta de dados ocorreu no mês de maio de 2015. Participaram 31 cuidadores que responderam ao questionário sociodemográfico, no entanto a amostra seria 100%, correspondente a 76 cuidadores, das PSP atendidas no referido mês. Os materiais coletados foram armazenados em forma de planilha no Windows Excel 8.0, possibilitando o procedimento da análise estatística descritiva. Este procedimento permitiu a realização de análise estatística dos dados com a descrição das frequências simples, assim como a informação dos resultados em porcentual calculado por meio do programa BioEstat 5.0. Verificou-se que os cuidadores são predominantemente mulheres, o que corresponde a 71% do total (N=22). Na sua maioria, são os pais (29%) que estão no provimento de cuidados, além de que mais da metade dos cuidadores são casados (51%), residem no bairro da Pedreira (23%) que se localiza na periferia da Região Metropolitana de Belém, recebem apoio familiar, ainda que um pouco mais da metade não receba apoio social (de amigos e vizinhos), com grau de escolaridade médio (29%) e renda baixa (51% recebem menos que 2 salários mínimos), do total, 16 cuidadores referiram não sentir sobrecarga por conta do provimento de cuidados, ou seja, a metade deles não reconhece indícios de sobrecarga em razão dos cuidados prestados à PSP. Os resultados apresentados mostram que apesar das condições socioeconômicas dos cuidadores não serem favoráveis ao provimento de cuidados, os mesmos não demonstraram, em sua maioria, sentirem-se sobrecarregados, porém em razão das múltiplas responsabilidades advindas dessa condição não se pode descartar a implicação em um desconforto futuro. Estudos devem ser realizados no sentido de esclarecer quais outros fatores devem ser considerados em sua influência para a percepção da sobrecarga física e mental de cuidadores de PSP.