Análise do nível de atividade física e seus fatores associados em pessoas com transtorno mental

Resumo
Introdução: Os transtornos mentais são agravos não infecciosos, de diversas manifestações, com apresentação de sintomas emocionais e comportamentais, comprometendo as relações Interpessoais, com grave impacto econômico e social. A atividade física está diretamente relacionada à saúde mental. O alto índice de inatividade física é um grande desafio na promoção de saúde pública global, evidências comprovam sua associação a diversas doenças. Objetivo: Identificar o nível de atividade física e seus fatores associados em pessoas com transtorno mental atendidas no serviço hospitalar de saúde mental. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa transversal e analítica com abordagem quantitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Gaspar Vianna. A análise estatística foi realizada a partir dos testes de Shapiro-Wilk; Teste T student e teste Wilcoxon. Foram incluídos pacientes, de ambos os sexos, com idades entre 18 a 59 anos, admitidos no setor da Emergência Psiquiátrica da instituição participante durante o mês de Outubro de 2019. Foi realizada avaliação física, Teste de caminhada de seis minutos (TC6) e entrevista para investigar a prática de atividades físicas, lazer e autocuidado. Resultados: Foram avaliados 16 homens e 14 mulheres. A incidência dos diagnósticos foram 10 Psicose pelo uso de Substâncias Psicoativas, 7 Transtorno Afetivo Bipolar, 7 Psicoses não Orgânica, 3 Esquizofrenia, 3 Transtorno Depressivo. A maioria dos pacientes entrevistados, nunca tiveram emprego fixo, com baixa escolaridade e nível de atividade física, na comparação entre gêneros, as mulheres são mais ativas em relação aos afazeres domésticos, os homens apresentaram melhor desempenho no TC6 (P<0;05), porém, com maior variação nas frequências cardíacas, as mulheres apresentaram menores valores na pressão arterial de repouso (P=0,003) e após o teste (P=0,0008) e menor estatura que os homens (p< 0,0001) associada a maiores médias na perimetria de cintura e quadril, com isso apresentaram maior Índice de Adiposidade Corporal com diferença muito significativa (p< 0,0001), sono prejudicado (em vigília a mais de 5 dias) mais da metade (50,3%) estava matriculado ao CAPS, no entanto nenhum deles participava do grupo de exercício físico. Conclusão: A amostra da pesquisa apresentou baixo nível de atividade física, com significativos problemas de vulnerabilidade social, a presença de um familiar com TM apresenta-se como possível fator de risco para o desenvolvimento do transtorno. Embora os benefícios estejam bem documentados na literatura, a prática de atividades físicas como meio de proposta terapêutica para pessoas com transtornos mentais ainda é escasso. Identificar fatores relacionados à sua prática se faz necessário, a fim de fomentar um olhar crítico em relação ao nível de atividade física, assim fornecer subsídios para o aprimoramento do serviço nas Redes de Suporte voltadas à saúde mental por meio da prática regular de atividade física. Logo, é necessário debater a problemática e se (re)pensar propostas de melhoria e promoção de ações voltada às necessidades desta população.
Descrição
Palavras-chave
Saúde mental; Exercício físico; Políticas públicas.
Citação
NASCIMENTO, Lívia Patrícia da Silva. Análise do nível de atividade física e seus fatores associados em pessoas com transtorno mental. Monografia (Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde Mental) – Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna; Universidade do Estado do Pará. Belém, 2020.