Terapia ocupacional na fase II da reabilitação cardiovascular: um programa de intervenção para mudança de rotina e hábitos
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Data
2018
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Resumo
No Brasil e no mundo, as Doenças Cardiovasculares (DCV) são as principais causas de morte. A adesão ao tratamento e o controle dos fatores de risco cardiovasculares são caracterizados como um problema de elevada magnitude, sendo as mudanças no estilo de vida os cuidados que mais dificultam a sua efetividade. Neste contexto a Terapia Ocupacional, como profissão que valida e direciona a sua intervenção para a ocupação humana, considera os hábitos e a rotina ocupacional do homem como fatores que podem condicionar os seus cuidados em saúde. Como arcabouço teórico, o Modelo da Ocupação Humana (MOH) pode ser utilizado para fundamentar intervenção da Terapia Ocupacional na mudança dos hábitos e na rotina ocupacional, por meio dos subsistemas de volição, habituação e capacidade de desempenho, que caracterizam e estruturam a ocupação humana. Dessa forma, o estudo teve por objetivos desenvolver e avaliar os resultados de um programa terapêutico ocupacional voltado às mudanças de hábitos e rotina de indivíduos de pós-operatório de cirurgia cardíaca, para promoção da melhora na adesão ao tratamento e controle dos fatores de risco cardiovasculares. Trata-se de um estudo experimental não controlado, com abordagem quantitativa e qualitativa, com teste e reteste. Realizou-se um programa de intervenção terapêutica ocupacional com 7 participantes, de forma individual, direcionado para modificar os hábitos e a rotina ocupacional, de modo a promover melhora na adesão ao tratamento e controle dos fatores de risco cardiovasculares. Como instrumentos de avaliação, utilizou-se o Roteiro Sociodemográfico e Clínico e a Lista de Papéis Ocupacionais para identificação do perfil dos participantes, bem como, utilizou-se o Questionário sobre Fatores de Risco e Adesão ao Tratamento, antes e após a intervenção, para comparação e análise dos resultados do programa proposto. Os resultados apontaram para um aumento de 10% pontos percentuais na avaliação do aspecto fatores de risco e um aumento de 21,10% pontos percentuais na avaliação da adesão ao tratamento. Na análise da rotina ocupacional, identificou-se que os conflitos familiares, a sobrecarga de atividades e a desorganização de atividades na rotina ocupacional indicavam menores resultados na avaliação da adesão ao tratamento e que os participantes que conseguiram maiores modificações nos hábitos e rotina apresentaram maiores evoluções na comparação teste e reteste. Além disto, a análise dos papéis ocupacionais evidenciou que a possibilidade de retorno à atividade laboral e o papel ocupacional do familiar possibilitavam maior motivação para as mudanças dos hábitos. Conclui-se que o estudo identificou uma possível eficácia da intervenção da Terapia Ocupacional no aumento da adesão ao tratamento e controle dos fatores de risco cardiovasculares, por meio de intervenções direcionadas para as mudanças dos hábitos e rotina ocupacional e do reconhecimento e abordagem das ocupações pelo olhar do MOH e dos seus subsistemas.
Descrição
Palavras-chave
Reabilitação cardiovascular; Terapia ocupacional; Hábitos; Rotina ocupacional.
Citação
RODRIGUES, Karoline Vitória Silva. Terapia Ocupacional na fase II da reabilitação cardiovascular: um programa de intervenção para mudança de rotina e hábitos. Monografia (Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde Cardiovascular) – Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna; Universidade do Estado do Pará. Belém, 2018.