Comparação entre curvas de crescimento para o diagnóstico nutricional em crianças com Síndrome de Down portadoras de cardiopatia congênita em Belém-PA

Resumo
Introdução: A síndrome de Down (SD) é a mais frequente anomalia cromossômica encontrada em caráter mundial, caracterizada por um defeito congênito decorrente do desequilíbrio na constituição dos cromossomos. Os indivíduos com SD apresentam características fenotípicas específicas além de diversos fatores que contribuem para o desenvolvimento de distúrbios nutricionais. Um destes fatores é a elevada prevalência de cardiopatia congênita nesta população, cerca de 40 a 50%. A prevalência de desnutrição em crianças cardiopatas varia de 24 a 90%, conforme o método de avaliação e população estudada Desta forma a avaliação do real estado nutricional em pessoas com SD é de suma importância e necessita da utilização de curvas de crescimento e desenvolvimento específicas, corrigidas para esta população com estatura menor e taxas de crescimento mais lenta, quando comparadas com a população que não possui SD. Objetivo: Comparar duas curvas de crescimento para o diagnóstico de baixo peso e baixa estatura em crianças com síndrome de Down portadoras de cardiopatia congênita. Metodologia: Realizou-se um estudo descritivo e retrospectivo, com 37 crianças portadoras de síndrome de Down e cardiopatia congênita, com idade de 0 (zero) a 8 anos 11 meses e 29 dias, de ambos os gêneros, atendidas em um hospital de referência em Belém-PA, no período de janeiro de 2013 a março de 2016. A coleta foi realizada nos meses de junho a setembro de 2016, através do levantamento dos dados contidos nos prontuários e ficha de acompanhamento nutricional dos pacientes pediátricos, onde foram coletadas as informações de peso, estatura, sexo e data de nascimento e número de prontuários. Para avaliar o estado nutricional foram utilizadas as curvas de crescimento específicas para portadores de SD, estabelecidas por Mustacchi (2002) e Cronk (1978). A análise estatística foi realizada por meio do Software Bioestat 5.0 (AYRES, 2007), onde foi empregado o teste Qui-quadrado (χ2), bem como a curva ROC. Resultados: Observou-se uma prevalência do gênero feminino 62,16% em relação ao masculino (37,84%). Com relação à fase da infância verificou-se que a maioria da população era composta por lactentes (72,97%). Quanto aos distúrbios cardíacos houve prevalência de cardiopatia congênita indefinida, com 45,95%, seguida por 18,92% com diagnóstico de Defeito do Septo Atrioventricular. Quanto a classificação do estado nutricional, em relação ao peso para idade, verificou-se percentual de eutrofia de 64,86% classificação de Mustacchi e 70, 27% de acordo com Cronk. Em relação a estatura para idade o percentual de eutrofia foi de 78,38% 83,78% segundo as curvas de Mustacchi e Cronk, respectivamente. Não houve diferença significativa entre as curvas, confirmada através do p-valor de (0.2855) e (0,5475), segundo os índices peso e estatura para idade. Ao serem testadas a sensibilidade e especificidade verificou-se que ambos apresentaram a mesma sensibilidade e especificidade, independente do critério utilizado. Conclusão: Não foi constatada diferença estatisticamente significativa entre as duas curvas de crescimento específica para avaliar o estado nutricional de crianças com SD.
Descrição
Palavras-chave
Síndrome de Down; Cardiopatia; Criança; Nutrição; Avaliação nutricional; Estado nutricional.
Citação
ALCANTARA, Luciana Santos de. Comparação entre curvas de crescimento para o diagnóstico nutricional em crianças com Síndrome de Down portadoras de cardiopatia congênita em Belém-PA. Monografia (Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde Cardiovascular) – Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna; Universidade do Estado do Pará. Belém, 2017.
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