Influência da realidade virtual sobre a modulação autonômica da frequência cardíaca, tempo de ventilação mecânica e tempo de internação no pós-operatório de revascularização do miocárdio

Resumo
Introdução. A doença arterial coronariana é a principal causa de morte no Brasil e no mundo e está associada a um grande número de pessoas com incapacidades físicas e invalidez, aumentando significativamente os gastos na saúde pública. Pela susceptibilidade a complicações pós-operatórias a reabilitação cardíaca é indicada a fim de minimizar complicações e promover o processo de reabilitação. Recurso terapêutico, como a realidade virtual tem favorecido o processo reabilitacional. Objetivo: Avaliar os efeitos de um protocolo com realidade virtual sobre a modulação autonômica da frequência cardíaca, tempo de ventilação mecânica e tempo de internação em pacientes no pós-operatório de revascularização do miocárdio (RM). Metodologia: Estudo do tipo ensaio clínico randomizado, prospectivo e quantitativo. Realizado na Fundação Pública Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, onde os voluntários foram randomizados em 2 grupos, sendo o Grupo controle (GC) submetido ao protocolo de reabilitação composto por ventilação mecânica não invasiva por 30 minutos, 3 séries de inspirações máximas sustentadas em 10 repetições, 3 séries de 20 repetições de exercícios metabólicos com flexão dorsal plantar de tornozelo e flexão e extensão de punho e dedos dos membros superiores, cicloergometro, sedestação no segundo pós operatório e deambulação no segundo e terceiro pós operatório (100 metros no PO2 e 200 metros no PO3). O segundo grupo, Grupo Realidade Virtual (GRV) realizou exercícios puramente com videogame Nintendo Wii desde o primeiro dia do pós operatório. Resultados: A amostra final foi composta de 32 voluntários, com predomino do sexo masculino, com idade média (anos) de GC: 60,3±8,3. GRV:57,9±8,45. O tempo médio de VM (horas) foi GC :9,3±3,1, GRV: 7±1,15, P:0,01, O tempo de permanência na UTI foi (dias) GC 20,82±8,13. GRV 4,18±3,39, P:0,01, Tempo de alta hospitalar (dias) após alta da UTI foi GC :16±7,3. GRV:8,1±1,6. P:0,01. Quando comparado o tempo de internação total o GRV teve menor tempo (dias) quando comparado ao 8 GC:70,3±13,5 GRV: 58,48±5,4 P:0,01. As variáveis RMSSD, SDNN, SD1 e SD2 demostraram aumento significativo nos grupos controle e experimental no quinto dia do pós-operatório. Conclusão: O protocolo de reabilitação com RV demonstrou influência positiva, reduzindo ○ tempo de ventilação mecânica invasiva, tempo de permanência na UTI, tempo de alta hospitalar após alta da UTI e o tempo de internação Hospitalar em pacientes no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio quando comparados ao grupo controle. As variáveis RMSSD, SDNN. SD1 e SD2 demonstraram aumento significativo nos grupos controle e experimental no quinto dia do pós-operatório com superioridade no GRV e ainda o protocolo de reabilitação com RV obteve grande efeito sobre as variáveis testadas, indicando melhor modulação autonômica por aumento da influência parassimpática.
Descrição
Palavras-chave
Doença arterial coronariana; Revascularização do miocárdio; Reabilitação.
Citação
PENA, Elza Sara Maués. Influência da realidade virtual sobre a modulação autonômica da frequência cardíaca, tempo de ventilação mecânica e tempo de internação no pós-operatório de revascularização do miocárdio. Monografia (Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde Cardiovascular) – Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna; Universidade do Estado do Pará. Belém, 2020.
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