Avaliação das repercussões clínicas da técnica de aceleração de fluxo expiratório em recém-nascidos

Resumo
Introdução: Cardiopatas e prematuros muitas vezes precisam de cuidados avançados de uma unidade de terapia intensiva neonatal, dentre eles suporte ventilatório invasivo. A presença do tubo orotraqueal pode desencadear aumento da secreção pulmonar. A AFE é uma técnica não convencional de desobstrução brônquica que visa expulsar o ar dos pulmões numa velocidade similar à da tosse favorecendo a eliminação das secreções e mostrou-se benéfica em recém-nascidos. Objetivo: Avaliar as repercussões clínicas da técnica de aceleração de fluxo expiratório lento e aspiração traqueal em recém-nascidos sob ventilação mecânica invasiva. Metodologia: Estudo de campo quantitativo, transversal, descritivo, analítico e de caráter intervencionista. Os recém-nascidos foram divididos em dois grupos: com cardiopatia congênita e prematuros. Para aplicação do protocolo, os recém-nascidos foram posicionados e a técnica de aceleração de fluxo expiratório lento foi executada por dez minutos seguido de aspiração traqueal. As variáveis hemodinâmicas e o nível de desconforto respiratório foram avaliados antes, imediatamente após, 5 e 15 minutos após o atendimento fisioterapêutico. O nível de dor foi coletado antes, durante a aplicação da manobra e 5 minutos após o atendimento. Na análise estatística, foi feito o teste de normalidade de Bartlett, fixando-se 5% como nível de rejeição da hipótese de nulidade. Para comparação das variáveis intragrupo foi usado o teste de ANOVA 1 e teste de Friedman. Na comparação intergrupos para cada momento isolado usou-se o teste t de Student e Mann-Whitney. Resultados: Não houve diferenças estatisticamente significativas nas variáveis coletadas. Em ambos os grupos observou-se melhora da saturação periférica de oxigênio, redução da frequência cardíaca após o atendimento, redução da pressão arterial sistêmica, redução da frequência respiratória do grupo de cardiopatas congênitos. Nas três avaliações do nível de dor observou-se ausência de dor. Conclusão: As alterações ocorridas antes e após o atendimento fisioterapêutico nas variáveis hemodinâmicas, sinais de desconforto respiratório e nível de dor (antes, durante e após o atendimento) continuaram dentro da faixa de normalidade preconizada como fisiológica pela literatura e não possuíram diferença estatisticamente significante, demonstrando que a técnica de aceleração de fluxo expiratório lento não causou instabilidade hemodinâmica e não trouxe efeitos deletérios aos recém-nascidos.
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MOURÃO, Marina Moura. Avaliação das repercussões clínicas da técnica de aceleração de fluxo expiratório em recém-nascidos. Monografia (Programa de Residência Multiprofissional em Atenção à Saúde Cardiovascular) – Fundação Pública Estadual Hospital de Clínicas Gaspar Vianna; Universidade do Estado do Pará. Belém, 2017.
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