Navegando por Autor "LOUREIRO, Fábio Lúcio Nogueira de"
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- ItemNeurotoxicidade por cefepime em pacientes com insuficiência renal internados na FHCGV no período de janeiro de 2008 à janeiro de 2010(2011) LOUREIRO, Fábio Lúcio Nogueira de; ALVARES, Valéria Regina Cristo; CABEÇA, Ana Lydia Ledo de Castro RibeiroMetanálises, revisões sistemáticas e séries de casos têm mostrado que o uso de Cefepime está associado a uma maior mortalidade em relação a outros antibióticos de espectro semelhante, o que provavelmente está relacionado aos seus efeitos adversos neurotóxicos e indução de estado epilético não convulsivo. Nos pacientes com insuficiência renal, esse fenômeno parece ocorrer com maior frequência do que na população geral que recebe a droga. Este trabalho descreve uma série de doze casos de neurotoxicidade presumidamente induzida pelo cefepime em pacientes com insuficiência renal, internados na Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV), no período de janeiro de 2008 à janeiro de 2010, em tratamento com o referido antimicrobiano. Os dados acerca da população de estudo foram coletados em prontuários médicos, por meio de um questionário padronizado e semi-fechado. Os pacientes tinham idade entre 49 e 86 anos (65,3 ± 14,6 anos em média), sendo em sua maioria do sexo masculino e todos com quadro de insuficiência renal crônica. Os sinais sugestivos de neurotoxicidade iniciaram-se entre 1 a 6 dias após introdução do cefepime, em média 2,6 ± 1,4 dias. Após a suspensão do cefepime esses mesmos sinais remitiram entre 1 e 8 dias, em média 3,5 ± 2,4 dias. As manifestações clínicas neurológicas mais frequentes foram confusão com desorientação têmporo-espacial, agitação psicomotora e rebaixamento do nível de consciência. A inadequação da dose para a função renal do paciente em uso da droga ocorreu em 83%dos pacientes, sendo este, provavelmente, um dos fatores determinantes no desenvolvimento da neurotoxicidade. Portanto, a utilização do cefepime necessita de farmacovigilância constante, especialmente em pacientes com insuficiência renal, por ser uma droga potencialmente neurotóxica que pode desencadear uma encefalopatia grave. A neurotoxicidade por cefepime ainda é uma condição subestimada pela maioria dos médicos, pois estes muitas vezes não estão atentos para a correção adequada da dose em pacientes nefropatas, levando ao acúmulo da droga no organismo e efeitos adversos neurológicos graves. O EEG é uma ferramenta de grande importância na definição diagnóstica desta condição, e deve ser realizado sempre que possível nestes pacientes, durante o quadro neurológico e após a resolução do quadro.